1. OBJETIVO:
Uma interpretação baseada no mito de
Eros e Psiquê, usando conceitos psicológicos junguianos.
2.
INTRODUÇÃO:
A história de Eros e
Psiquê é uma das melhores que se encontra para explicar a psicologia feminina. É
um mito da era clássica grega, pré-cristão.
Como já vimos, os mitos
retratam imagens coletivas, mostram coisas que são verdadeiras para todos os
homens. São expressões de padrões psicológicos básicos.
Um mito pode ser uma
fantasia, pode ser produto de imaginação, todavia é verdadeiro e real. Ele
descreve níveis de realidade que incluem o mundo racional exterior, assim como o
incompreensível mundo interior da psique de cada indivíduo.
Quando abordamos os
aspectos femininos do mito Eros e Psiquê, estamos falando não somente da mulher,
mas também da anima do homem, seu lado feminino. A associação pode ser
mais óbvia para a mulher, por ser a feminilidade sua principal condição
psicológica, porém existe também um paralelo com a anima do
homem.
3. AS
PERSONAGENS:
Psiquê é a mais nova de
três irmãs; é a mais bonita e charmosa, mas a única solteira. Ela passou a ser
reverenciada como a nova Afrodite. Sua origem é dada por uma gota de orvalho que
caíra do céu sobre a terra (terra = consciente).
A natureza de Psiquê é virginal e
pura, que é adorada, “mas não é cortejada”. Isto é uma experiência absolutamente
solitária. Psiquê não encontra marido.
Neste sentido, há uma Psiquê em toda
mulher, o que significa ser muito sozinha.
Toda vez que alguma mulher se vê
solitária e incompreendida, quando percebe simpatia nas pessoas – mas
acompanhada, a seu ver, de um ligeiro distanciamento – aí é que ela acaba
descobrindo o seu lado Psiquê. E como dói! As mulheres tornam-se por vezes
agudamente conscientes desse dolorido estado de alma, sem que consigam
decifrar-lhe a origem, que nada mais é que o surgimento do lado Psiquê. Não há
remédio. Este lado permanecerá, durante a vida de cada mulher, intocado,
desligado e solteiro
Afrodite era considerada
uma divindade arcaica da feminilidade. Nascida quando os genitais de Urano foram
cortados e caíram no mar (mar = inconsciente).
Toda a mulher tem em si
uma Afrodite, facilmente reconhecível, sendo suas principais características a
vaidade, a luxúria permissiva, a fertilidade e a tirania, quando contrariada.
Ela (Afrodite) está além de qualquer moralidade. Usa todas as armas para
subjugar oponentes. Ela é de fato, uma verdadeira fêmea.
Muitos dos conflitos da
mulher moderna se resumem na colisão de suas duas naturezas intrínsecas –
Afrodite e Psiquê.
4. O MITO:
O rei, pai de Psiquê vai
consultar um oráculo, que é dominado por Afrodite, para saber o que fazer para
casar a filha. Afrodite, irada e com muita inveja de Psiquê, faz com que a
resposta seja uma terrível profecia. A jovem deveria desposar a Morte, a mais
horrenda e repulsiva criatura existente. A moça é acorrentada a uma pedra no
alto de uma montanha e lá deixada para ser a presa dessa terrível
criatura.
A donzela morre no dia
do casamento, que também é um funeral. Isso é muito elucidativo.
Se se homenagear o
elemento sacrifício do casamento, a alegria da união será possível. Afrodite não
gosta que donzelas morram pelas mãos dos homens; não é da sua natureza
submeter-se ao homem. Portanto a Afrodite, na mulher que se casa, ou estará
chorando ou está encolerizada, ou então as duas coisas ao mesmo
tempo.
Para que possa destruir
Psiquê como queria, Afrodite pede a ajuda de seu filho, Eros, o deus do amor.
Eros pode ser analisado sob muitos pontos de vista: pode ser o homem externo, o
marido, o homem enquanto relacionado com uma mulher; ou pode ser visto como o
animus da mulher, a sua masculinidade interior.
Afrodite manda que Eros faça Psiquê
apaixonar-se ardentemente pelo repugnante monstro. Ele vai até a montanha mas,
ao vislumbrar Psiquê, acidentalmente espeta o dedo em uma de suas flechas e
apaixona-se por ela. Então decide em tomar a jovem por esposa e a leva ao vale
do Paraíso. Lá ela encontra tudo o que deseja. Seu marido-deus vai ter com ela
todas as noites, e faz-lhe uma única restrição: não deverá jamais olhar para ele
nem fazer-lhe qualquer pergunta sobre seus atos. Psiquê concorda com essas
restrições.
Por alguma razão, a Psiquê em toda
mulher deverá passar por esse estágio, ainda que breve, no qual ela é totalmente
subjugada pelo marido. É um estágio arquetípico que não pode ser evitado, e a
mulher não precisa demorar-se nele.
Todo Eros imaturo é um fabricante de
paraísos. É a criancice de Eros (o puer aeternus) que necessita deles. Há algo
no inconsciente de um homem que deseja fazer um acordo com sua esposa para que
ela não lhe faça nenhuma pergunta, não quer chegar em casa e ter um
estorvo.
Todo paraíso tem sua queda, a sua
serpente. O de Psiquê teve a inveja de suas irmãs. Mesmo sendo advertida por
Eros, para não dar ouvido ao que suas irmãs diziam pois algum desastre poderia
acontecer com a criança que esperava – nasceria mulher e mortal.
Mas na terceira vez que Psiquê se
encontrou com as irmãs, elas lhe disseram que seu marido era uma serpente
repugnante que iria devorar seu filho assim que nascesse. Mas havia um meio de
detê-lo: Psiquê deveria tomar de uma lamparina de óleo e de uma faca para cortar
a cabeça do monstro repugnante.
Assim que Eros dorme, Psiquê vai até
ele e depara-se com a mais bela criatura, distraí-se e espeta o dedo numa das
flechas de Eros, apaixonando-se por ele. Ao tentar escapar, uma gota de óleo cai
sobre o ombro de Eros fazendo-o acordar. Percebendo o que havia se passado ele
diz que irá puni-la e voa para longe.
As irmãs são aquelas vozes que
resmungam sem parar, dentro de cada um. Mas há um lado positivo, elas despertam
a consciência de Psiquê para conhecer Eros tal como era. As “irmãs” provocam
evolução através de uma fonte inesperada; elas podem ser a sombra de
Psiquê.
Eros fez o máximo que pôde para
manter Psiquê na inconsciência, chegando a prometer-lhe o paraíso se ela não o
fitasse. Dessa maneira, procurou dominá-la.
Um dos grandes dramas na vida
interior da mulher ocorre quando ela desafia a supremacia do animus e
diz: ”Eu vou olhar para você”. E quando ela o faz, vê algo acima do
humano – um deus ou um arquétipo – e cai numa solidão intolerável.
Quando a mulher vê o
animus, este não pode mais dominar sua Psiquê. Ela pode então
relacionar-se com ele, deixando de lhe ser subserviente.
Um dos fatos mais gratificantes
quanto ao simbolismo de nosso mito são os conselhos das duas irmãs, que Psiquê
se arme de uma lamparina e de uma faca. Dois símbolos masculinos, com os quais a
mulher deverá saber lidar, como fez Psiquê, e não como vemos na prática,
primeiro a mulher usa a faca (uma torrente de palavras) e só depois usa a
lamparina (capacidade de revelar o valor de seu homem com a lâmpada da sua
consciência) para ver o estrago que fez. O toque de luz ou de conhecimento leva
o homem a tomar consciência. Isso é uma das coisas que o faz temer tanto o
feminino; a mulher ou a sua anima, muitas vezes leva o homem para um novo
estágio de consciência.
Voltando ao mito, Eros ferido voa de
volta para Afrodite. É o que a maioria dos homens fazem, somem por um certo
período de tempo, ou seja, se recolhem. Ou o animus da mulher voa de
volta ao mundo interior.
Jung disse que tanto o animus
quanto a anima agem efetivamente dentro de nós como mediadores entre as
partes inconscientes e conscientes de nossa personalidade. Assim, quando Eros
retorna para Afrodite poderá mediar a favor de Psiquê.
Poder-se-ia dizer que para a mulher
evoluir faz-se necessário libertar-se do domínio que seu componente masculino
exerce sobre ela.
A mulher, no estado de possessão
pelo animus, não tem consciência da atuação dele. Imagina que tal
comportamento seja natural dela, originado de seu ego consciente. Mas nessas
ocasiões o ego fica totalmente submetido ao animus.
No desalento de ter visto Eros voar
para longe de si, Psiquê pensa em jogar-se ao rio. A cada vez que se vê em séria
dificuldade, pensa em suicídio. Será que tal fato não aponta para uma espécie de
auto-sacrifício – sacrificar um estágio de consciência em favor de um novo, que
se aproxima?
Psiquê sacrifica-se, vai ao rio para
entregar-se, talvez pelos motivos errados, mas com os instintos
certos.
Pan com a ninfa Eco em seu colo,
está sentado à beira do rio. Ao ver Psiquê prestes a jogar-se às águas,
dissuade-a. Ele lhe diz que deve rezar ao deus do amor. Psiquê reza, e ao invés
de ir diretamente a Eros pedir ajuda, percorre vários templos, de várias deusas.
É por todas rejeitada, pois estas temem Afrodite e temem irá-la, ao proteger a
jovem.
Finalmente Psiquê percebe que
precisa dirigir-se diretamente a Afrodite, pois é ela que está de posse da
solução para todos os seus problemas. Vai e ouve uma dura preleção, que a reduz
a zero. Afrodite diz-lhe que ela não serve para nada, a não ser para lavar
pratos, e que se existisse algum lugar para ela no mundo – coisa muito duvidosa
– seria apenas para desempenhar tarefas muito subalternas, que é justamente o
que ela, Afrodite, vai impor-lhe.
As quatro
tarefas
Na primeira, Afrodite mostra a
Psiquê uma enorme montanha de sementes de tipos variados e diz-lhe que elas
deverão estar separadas e selecionadas antes do anoitecer; não o conseguindo, o
castigo será a morte. Psiquê é abandonada à sua tarefa impossível, que aliás,
ninguém conseguiria mesmo realizar. Senta-se, outra vez, imóvel, e põe-se a
esperar.
Podemos presumir que Eros (como
animus), já de volta ao mundo interior, seja capaz de interceder por
ela, ajudá-la a encontrar a força e a sabedoria necessárias para a consecução
das tarefas. Presumimos que é também através dele que as formigas ficam sabendo
dessa primeira tarefa e selecionam as sementes. Quando Afrodite chega, ao final
da tarde, com muita relutância, admite que o trabalho foi bem feito.
O monte de sementes simboliza as
diversas tarefas diárias de uma mulher, organizando, classificando, separando e
ordenando coisas. A mulher precisa desenvolver sua capacidade seletiva, pois
com isso consegue vencer o obstáculo da variedade de tarefas. Talvez esse
atributo de selecionar sementes faça parte da masculinidade interior da mulher –
um eco de Eros.
O feminino na mulher ou a
anima no homem precisa selecionar e retirar o material que está no
inconsciente, para trazê-lo com ordenação e lógica para o
consciente.
O componente masculino na
personalidade tanto masculina quanto feminina lida com o mundo exterior; o
feminino com o interior.
A segunda tarefa de Psiquê é a de
buscar o tosão de ouro – a lã de ouro – de alguns carneiros que pastavam na
margem oposto do rio. Deveria estar de volta antes do anoitecer, sob pena de
morte. Como os carneiros são muito bravos, novamente Psiquê vai a margem do rio
e pensa em suicídio, mas os juncos que margeiam o rio lhe dão conselhos – que
ela espere o anoitecer e retire a lã que costuma ficar presa nos arbustos e
galhos, por onde eles passavam. Poderia dessa forma obter lã suficiente para
satisfazer Afrodite e não chamaria a atenção dos carneiros. A agressividade e a
obstinação deles poderiam matá-la.
O carneiro representa (em vários
mitos) uma poderosa força capaz de salvaguardar um indivíduo de uma situação
ancestral que ponha em risco sua vida. Ele representa ainda uma força elementar,
natural, com a qual se pode entrar em contato, algumas vezes, através de um
arquétipo. Representa também uma força que pode manifestar-se inesperadamente
como uma “entidade” invadindo uma personalidade. É um poder terrível.
O homem pode ter acesso à
força-carneiro e pode, algumas vezes, ser dominado por ela, mas não deve
identificar-se com ela.
Talvez a quantidade de lã e de Logos
não seja, no mito, somente estipulada às mulheres, mas também aos homens.
Podemos somente manejar uma porção tal de Logos que não vá causar uma explosão
de poder, pois esta só nos irá destruir, pessoal ou coletivamente.
A terceira tarefa é a de que Psiquê
deverá encher uma taça de cristal com a água do Estige, que é um rio circular,
que depois de passar pelas regiões abissais do inferno, sempre retorna às suas
origens. Por ser guardado por monstros perigosos, não há como aproximar-se dele
o suficiente para recolher uma taça de água. Fiel à sua forma de reagir, Psiquê
de novo se desestrutura e nem chorar consegue, antevendo sua derrota. É então
que aparece a águia de Zeus, que retira a taça das mãos de Psiquê, voa até o
centro do rio e de lá traz o cálice cheio para Psiquê, que assim vê completada
sua tarefa.
Esse é o rio da vida com seus altos
e baixos. Essa tarefa talvez nos mostre como a feminilidade deve relacionar-se
com as infinitas possibilidades da vida. Psiquê só poderá encher uma taça de
água de cada vez. A forma feminina de agir é fazer uma coisa por vez, e fazê-la
muito bem feita. Não lhe é negada uma segunda, uma terceira, uma décima vez; mas
é só uma taça por vez, com ordenação.
O mito nos mostra que um pouco de
algo bom, desde que sentido com real consciência, nos será
suficiente.
O ego humano pode ser comparado à
taça de cristal (delicado e frágil). Se o ego-continente, tal como a taça, não
se relacionar cuidadosamente com o belo mas traiçoeiro rio, poderá se
estilhaçar. É necessário uma natureza-águia para ver claramente o lugar onde
mergulhar no rio. Talvez também o ego possa ser aconselhado a retirar só um
cálice por vez de partes do inconsciente ao consciente, para não se
estilhaçar.
A quarta tarefa de Psiquê é a mais
interessante delas todas. Muito poucas mulheres são as que conseguem atingir
esse estágio de evolução, pois ele está muito além da vivência normal da maioria
das pessoas.
Afrodite ordena à jovem que desça
aos infernos para receber das mãos da própria Perséfone (a rainha de lá) um
cofrinho onde ela guarda seu ungüento de beleza. Desta vez é uma torre que lhe
dá as instruções para a sua jornada no mundo dos mortos.
Ela deverá levar, na boca, duas
moedas; e dois pedaços de pão de cevada nas mãos. Deverá recusar prestar ajuda a
um homem coxo que lhe pedirá para apanhar a lenha que caiu do lombo de seu
jumento. Uma das moedas ela dará ao barqueiro que faz a travessia do Estige.
Deverá recusar-se a salvar um homem que se está afogando. Não deverá também
intrometer-se com as três tecelãs do destino. Uma das fatias do pão ela deverá
jogar a Cérbero, o cão de três cabeças, guardião das portas do inferno, e
enquanto as cabeças brigam para abocanhar o bocado, ela entra. Deverá recusar-se
a comer qualquer coisa que não for comida simples, enquanto estiver no reino dos
mortos. No caminho de volta o procedimento será o mesmo.
Nenhuma mulher deverá empreender
essa quarta tarefa antes que tenha reunido as forças necessárias nas três
anteriores, e tenha um guia.
É necessário, em primeiro lugar,
encontrar a torre apropriada, que pode ser um elemento masculino, uma
edificação, uma reunião, um conjunto de leis, uma tradição, um
sistema.
A primeira coisa que Psiquê precisa
aprender é a refrear sua generosidade: dizer “não” ao homem coxo e ao afogado
(mas só durante seu atual estágio de crescimento).
O mito nos diz que a mulher não deve
fazer o bem, indiscriminadamente, neste estágio de sua vida. Fazer o bem, no
sentido coletivo, é particularmente proibido. Isto porque a quarta tarefa requer
para si própria todos os seus recursos e todas as suas
energias.
Psiquê também deve recusar-se a
tomar parte na tessitura do destino, mas que mulher resiste a interferir na
tessitura do destino do mundo? Especialmente na vida de seus filhos ela não
deveria interferir. Ela lhes seria mais útil se cuidar de seu próprio
destino.
Psiquê então enceta a jornada
através do mundo dos mortos. Como instruída recusa um banquete que Perséfone lhe
oferece. Em algumas civilizações, fazer uma refeição em algum lugar significa
ter laços com o lugar, família ou situação.
Psiquê obtém o cofre com ungüento de
beleza e volta, fazendo exatamente como lhe foi instruído. Passa por todas as
provas e dificuldades e, de repente, faz algo curioso e tolo. Questiona-se a
respeito do ungüento: se ele é tão precioso para Afrodite, por que não seria bom
para ela também? Abre o cofre, mas o que escapa de lá não é um sono da beleza e
sim um sono de morte. Cai no chão como morta. Eros, então, voa até ela, tira-a
do estado em que estava, coloca o sono de volta no cofre e o fecha. Depois,
então, leva Psiquê ao Monte Olimpo. Eros fala com Zeus, que concorda que Psiquê
seja transformada em deusa. Afrodite não faz objeção alguma e aparentemente está
satisfeita. Todos os deuses concordam também e os dois jovens se casam. Ela dá à
luz uma menina chamada Prazer.
O ungüento da beleza pode significar
a preocupação feminina de ser bela, atraente, fisicamente desejável. Mulheres
existem que tendo aberto o cofre “morreram”, incapacitaram-se para manter
relacionamentos reais, dada a preocupação com superficialidades.
A morte psicológica, como sendo a
passagem de um nível de evolução a outro, é um símbolo comum a mitos e sonhos.
Morremos para o velho self e renascemos para uma nova vida.
No começo, Psiquê era uma criatura
adorável, feminina e ingênua. Para conseguir um novo degrau em seu
desenvolvimento e uma nova vida, fora-lhe estipulado, pelo oráculo e pela
evolução, morrer para a preocupação pueril – talvez narcisista – com sua beleza
, inocência e pureza, e aprender a lidar com as dificuldades da vida, incluindo
seus lados escuros e feios, e a lidar com suas próprias potencialidades
adultas.
Psiquê trabalhou para executar as
três tarefas, conseguindo por meio delas uma conscientização mais ampla, mais
detalhada em seu autoconhecimento. Finalmente, confrontou-se com a tarefa da
individuação, plenitude, inteireza. Isto requereu uma descida às regiões
abissais do inconsciente, do Hades, que só pôde ser empreendida depois de ela
ter controle bastante para trabalhar conscientemente.
Tendo procurado o núcleo de seus
problemas nas profundezas de seu inconsciente, Psiquê regride ao seu estado
anterior de consciência, abrindo o cofre. Isto nos revela o lado humano de
Psiquê, onde as falhas fazem parte da evolução.
Eros – o animus – é capaz de
salvar o ego e elevar Psiquê outra vez a uma nova vida, em um novo plano de
existência. Ego e animus, agora, mantém um relacionamento adequado, pleno
e total.
5.
Conclusão:
Este mito nos mostra a
jornada da individuação da mulher, com as dificuldades que ela encontra para
harmonizar o ego e o animus, sua pureza e prazer.